APDT divulga novo nome artístico do grupo - Companhia Roda da Baraúna
4 de abril de 2014No último dia 27, durante o “Abre Alas Paulo Afonso”, a Associação Pauloafonsina de Dança e Teatro – APDT – anunciou a escolha do nome fantasia para Companhia Roda da Baraúna que representa agora o nome da instituição. Segundo a atual diretoria a mudança se deu para possibilitar uma identidade artística mais forte à instituição. Afinal, uma sigla não tem a mesma força que um nome como esse, principalmente no que se refere à arte. “Há 16 anos que a gente tenta encontrar um nome artístico para a instituição, porque “APDT” é um nome jurídico. E ficou sendo usado para tudo porque, em 16 anos, nunca se tinha entrado num consenso. Acho que até para a divulgação de um grupo de teatro é mais fácil divulgar um nome artístico do que uma sigla”, afirma Carolina Alexandra, atual presidente do grupo.
A definição do nome se deu muito em torno da própria história do grupo. Um grupo que pode, tranquilamente, ser comparado a uma árvore que gera frutos, que se renova, que resiste ao tempo, que sobrevive às estações, às adversidades, que sempre está ali, forte, apesar da queda de algumas folhas. Ainda segundo Carolina: “A baraúna é uma arvore resistente, de uma madeira muito forte! E ela consegue sobreviver tanto num local úmido quanto seco. É uma árvore que tem em muitas regiões, se adapta bem ao ambiente. E a instituição tem essa questão de se adaptar [...] ela simboliza e REPRESENTA a história. E “Roda” por ter a ver com o ciclo, o círculo, com o girar, mudar, estar sempre em movimento”.
Fotos: rede social do grupo. Espetáculos produzidos pela Companhia
A instituição em seus 16 anos de história já formou muitos atores e já produziu mais de 400 espetáculos que circularam por vários estados como São Paulo, Brasília e pelo Nordeste a fora. Hoje, Paulo Afonso conta com poucos atores porque a escola de artes César Rios, que era coordenada pela instituição, já não mantém mais convênio com a prefeitura há 06 anos, o que dificulta a concretização de alguns trabalhos pois os produtores de teatro da cidade montam seus espetáculos praticamente com os mesmos atores.
Fotos: Rede Social do grupo
Segundo Lorena Garcia (Vice-Presidente), “a cidade sempre teve essa questão artística forte. Eu tenho recordação de assistir espetáculos quando criança, adolescente... mas eu acho que anos atrás se dava menos importância, o teatro tinha menos visibilidade, até por uma questão de divulgação que era mais difícil. Ainda hoje tem gente que não sabe que a nossa instituição existe, mesmo com 16 anos de existência. Acho que a questão do nome também vai contar muito para as pessoas assistirem e lembrarem do nome Companhia Roda da Baraúna, porque realmente a sigla APDT não cabe como nome de um grupo artístico. Vejo também que, a cidade está começando a prestar mais atenção que existem artistas da terra. Sempre se teve, porém é possível perceber que se está criando uma maior visibilidade”.
Foto Divulgação: Espetáculo Tribus Urbanas
Essa força de renascimento está proporcionando ao grupo a construção de vários projetos, dentre eles, a releitura do espetáculo Tribos Urbanas, que já foi apresentado e que, dia 16 de maio, será reapresentado na praça da Tribuna, na Mostra de Artes do SESC, com um menor número de personagens, porém dentro do mesmo contexto; O projeto Sala do Espelho, que terá, entre suas apresentações, monólogos e espetáculos com um número pequeno de pessoas que acontecerão na sala de ensaios do grupo, “a performance estreia aqui com um público reduzido, mais vip, porque a sala é pequena, e depois circulará pela cidade. O primeiro a estrear será ‘Enquanto os dias são mortos’ e logo após, no começo de Maio, será apresentado para a FASETE que entrou em parceria com o projeto”, diz Lorena. “O projeto Sala do Espelho visa produzir espetáculos que serão lançados na Sala, mas que irão circular pela cidade. Enquanto um circula, outros vão sendo produzidos, para que assim tenhamos sempre uma continuidade de espetáculos sendo apresentados”.
Foto: Klycinha Nascimento
Essa constância de espetáculos, no entendimento do grupo, irá contribuir para a formação de público, pois não é fácil atrair plateia para espetáculos teatrais que procuram proporcionar às pessoas questionamentos, aguçar o senso crítico e o hábito de pagar para assistir uma peça de teatro também e não somente os eventos da cultura de massa. “A chegada do SESC foi de grande importância, pois o gosto pelo teatro é incentivado desde a infância. Essas crianças são benditas, pois estão crescendo com arte. São crianças que vão ter senso critico” diz Lorena com uma certa admiração pela situação das crianças que estão sendo formadas pelo SESC Ler Paulo Afonso.
Abre alas Paulo Afonso
E ainda sobre o “Abre Alas Paulo Afonso”, onde o grupo divulgou o nome fantasia, o entendimento foi de que se os artistas se unirem a força será maior e a luta por um espaço adequado para as manifestações artísticas, um teatro, será possível. É necessário, sem dúvidas, que estejam unidos para lutar em prol de si mesmos. Perante o poder público, o coletivo tem sempre mais força, mais voz, mais visibilidade. Paulo Afonso é um verdadeiro polo cultural, mas seus artistas estão sem representatividade junto aos órgãos municipais. Não tem nada a ver com partidarismos, mas sim ao modo como a classe se posiciona em relação às suas possibilidades perante a sociedade.
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Por Ana Paula Araujo